David Fincher trata Clube da Luta como um filme sobre emancipação, tal como o filme A Primeira Noite, mas para pessoas nos seus 30 anos. Fincher descreveu o narrador como um "homem comum"; o personagem chamado no roteiro "Jack", mas permanece sem nome durante o filme. Fincher conta a história do narrador: "Ele tentou fazer tudo o que lhe foi ensinado, tentou adaptar-se ao mundo, tornando-se no que ele não era". "Jack" não consegue encontrar a felicidade, por isso percorre o caminho da iluminação pelo qual ele tem de "matar" os seus pais, o suas crenças e o seu mentor. No início do filme, ele já tinha uma imagem morta de seus pais. Com Tyler Durden, ele mata as suas crenças ao fazer coisas que não era certo de se fazer. Para completar o processo de amadurecimento, o narrador precisa matar o seu mentor, Tyler Durden.
O personagem é o inverso do arquétipo de A Primeira Noite: "alguém que não tem um mundo de escolhas pele frente, que não tem nenhuma escolha, literalmente não imagina nenhuma maneira de mudar a sua vida". Eles está confuso e enraivecido, por isso responde ao seu ambiente criando Tyler Durden, um Super-Homem Nietzscheniano, na sua mente. Enquanto Tyler é a pessoa que o narrador gostaria de ser, ele não tem empatia e não ajuda o narrador a enfrentar decisões na sua vida que "sejam complicadas ou que tenham implicações morais e éticas". Fincher explicou que Tyler pode lidar com os conceitos das nossas vidas num modo idealista, mas não tem nada a ver com os compromissos da vida real, tal como o homem moderno conhece-os. O que se traduz em: você não é necessário para grande parte das coisas que se passam. Está construído, só precisa funcionar agora". Enquanto que o estúdio estava preocupado que Clube da Luta fosse "sombrio" Fincher procurou tornar o filme "divertido e sombrio" incorporando humor para contrastar com o elemento "sinistro".
Jim Uhls descreveu o filme como uma "comédia romântica", explicando, "Tem a ver com as atitudes dos personagens para com uma relação saudável, que consiste em muito comportamento que parece pouco saudável e brusco um com o outro, mas de fato funciona com eles, porque ambas as personagens estão no seu limite psicologico". O narrador procura intimidade, mas evita Marla Singer, vendo seu reflexo nela. Enquanto Marla é sedutora para o narrador, ele prefere abraçar a novidade e excitamento que advém da sua amizade com Tyler Durden. O narrador está confortável por estar pessoalmente ligado a Tyler Durden, mas fica com ciúmes quando Tyler se envolve com Marla. Quando o "Jack" discute com Tyler acerca da sua amizade, Tyler diz que serem amigos é secundário à perseguição da filosofia que estavam explorando. Tyler também sugere fazer algo em relação a Marla, dizendo que ela é um risco a ser removido. Quando Tyler diz isto, o "Jack" percebe que os seus desejos deviam ter estado focados em Marla e começa a divergir do caminho de Tyler.
"Jack" percebe imediatamente que Tyler Durden originou-se dele mesmo e que é projetado mentalmente. Ele também promove erroneamente o Clube da Luta como uma forma de se sentir forte, apesar da condição física de Jack piorar enquanto a aparência de Tyler Durdan melhora. Enquanto que Tyler deseja "experiências reais" de lutar sério como "Jack" a princípio, ele manifesta uma atitude nihilista de rejeitar e destruir instituições e sistema de valores. A sua natureza impulsiva, representando o id, transmite uma atitude sedutora e liberadora para "Jack" e para os membros do Projeto Destruição. As iniciativas e métodos de Tyler tornam-se desumanizantes; ele manda nos membros do Project Destruição com um megafone semelhante a um diretor de campo. O narrador distancia-se de Tyler e, no fim, chega a uma posição de compromisso entre os seu dois "eu".
Edward Norton disse: "Sinto que Clube da Luta na verdade, de certa forma... tratou o desespero que as pessoas sentiam por terem herdado este sistema de valores da publicidade. Brad Pitt disse: "Clube de Luta é uma metáfora à necessidade de abater as muralhas que colocamos à nossa volta e simplesmente arriscar, para que pela primeira vez possamos experimentar dor. Clube da Luta também tem paralelo ao filme Fúria de Viver; ambos lidam com as frustrações de pessoas que vivem no sistema. As personagens, tendo passado por uma emasculação social, são reduzidos a "uma geração de espectadores". A cultura da publicidade define os "sinais exteriores de felicidade" da sociedade, causando uma busca desnecessária por bens materiais que substituam a procura essencial pela felicidade espiritual. O filme reference a Calvin Klein, IKEA e o Volkswagen New Beetle. Norton disse do Beetle: "Nós destruímos... porque parecia um exemplo clássico de um plano de marketing da geração Baby Boomer que vendia-nos cultura". A sua personagem também anda pelo seu apartamento enquanto que efeitos visuais identificam os seus produtos da IKEA. Fincher descreve a imersão de "Jack": "Era apenas a ideia de viver nesta ideia falsa de felicidade". Pitt explicou a dissonância: "Penso que há um mecanismo de auto-defesa que afasta a minha geração de ter qualquer conexão ou compromisso honesto e real com os nossos sentimentos verdadeiros. Estamos a torcer por times de futebol, mas não entramos em campo para jogar. Estamos tão preocupados com bens matérias e sucessos - como se estas duas coisas fossem tudo o que irão te definir no final".
A violência do Clube da Luta não serve para promover ou glorificar o combate físico, mas para os participantes experimentarem sentimentos numa sociedade que está dormente. As lutas representam a resistência ao impulso de estar "encapsulado" na sociedade. Norton acreditava que a luta entre os homens retirava o "medo da dor" e "a necessidade de contar com significadores físicos do seu próprio valor", permitindo que eles experimentassem algo valioso. Quando as lutas evoluem para violência revolucionária, o filme aceita apenas por metade a dialética revolutionária de Tyler Durden; o narrador retira-se e rejeita as ideias de Durden. Clube da Luta propositadamente forma uma mensagem ambígua, a interpretação da qual é deixada ao público. Fincher elaborou: "Adoro esta ideia que podemos ter anarquismo sem oferecer nenhuma direção ou solução. Não é o objetivo do anarquismo dizer: "É por aqui que devíamos ir?" .Mas este filme não podia estar mais longe de oferecer qualquer tipo de solução".
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